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Secretarias de Cultura de Rio, São Paulo e Salvador debatem cultura e economia criativa no Rio2C – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – prefeitura.rio

O painel reuniu representantes das secretarias de Cultura das cidades do Rio, São Paulo e Salvador – Divulgação

O painel “A cultura e a criatividade como fatores estratégicos de desenvolvimento e promoção das cidades”, nesta sexta-feira (14/4), no Rio2C2023, reuniu representantes das secretarias municipais de Cultura de Rio, São Paulo e Salvador. Realizado na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, o evento é o maior encontro de criatividade da América Latina.

– A criatividade é o tema central aqui, mas o foco sempre são as pessoas – disse a subsecretária executiva de Cultura do Rio, Mariana Ribas.

Também participaram do painel os secretários municipais de Cultura de São Paulo, Aline Torres, e de Salvador, Pedro Tourinho. Eles discutiram a importância e o impacto da criatividade e cultura no desenvolvimento e na promoção de territórios e sobre como é possível criar um círculo virtuoso e sustentável.

O conceito de cidade criativa se originou com o impulso da indústria ou da economia criativa. No entanto, não se pauta somente na economia porque, para seu desenvolvimento, os  recursos culturais são essenciais.

– Vou agora fazer inveja ao Rio. O orçamento municipal de Cultura em São Paulo é de R$ 778 milhões, sendo que conseguimos direcionar uma grande parte para equipamentos culturais periféricos, o que não ocorria antes – provocou Aline Torres, informando ainda que são R$ 90 milhões destinados a editais. E que, este ano, a pasta vai investir na formação de jovens da periferia para acessar esses editais.

Existem pessoas da periferia acessando mais estes recursos, segundo Aline.

– Esse é o soft power da cidade de São Paulo. A Virada Cultural, que sempre foi no Centro, se transformou na Virada Cultural do Pertencimento, ocupando regiões mais distantes, com Itaquera e Freguesia do Ó, e com a mesma infraestrutura da região central.

Em 2001, o autor inglês John Hawkins definiu o termo no livro “The creative economy: how people make money from ideas”.

– A cultura ficou espremida no meio da polarização política. A cultura está intimamente ligada à prosperidade das pessoas de uma cidade. Muito do nosso trabalho tem sido dar o protagonismo a artistas que não têm espaço no mercado nacional. Essas pessoas não podem ficar fora do jogo econômico. Trabalhamos para que as pessoas possam viver de cultura e não precisem se mudar para Paris ou Brooklyn. As pessoas pretas são a nossa prioridade em Salvador. Se não houver essa representatividade no palco, a gente não apoia – destacou Pedro Tourinho.

A capacidade criativa de um local depende de sua história, cultura, forma e condições operacionais, formando um conjunto que define o caráter da cidade e as especificidades de determinado espaço urbano. De acordo com Pedro Tourinho, são três os itens básicos que tornam a cidade criativa: reter talentos, diversidade/tolerância e boemia.

– São estes laços que fazem com que mais pessoas queiram morar nestas cidades.

Como serão as cidades do futuro? “A diversidade é a alma da criatividade”, definiu o mediador Rafael Lazarini.

Descentralizar recursos, democratizar o acesso aos bens culturais e fortalecer parcerias são a solução sugerida por Mariana Ribas, que encerrou apresentando dados da economia criativa no Brasil, entre eles o PIB da cultura hoje ser maior que o PIB nacional, como divulgou o observatório Itaú Cultural. Só no ano passado, foram gerados 308,7 mil novos postos de trabalho, e as mulheres ocupam quase a metade deles.

Qual o foco destas três grandes cidades para a chegada deste pacote de recursos viabilizando pelo governo federal? No Rio, será lançado um pacote de investimentos para inovar a forma de fomentar, colocando editais por exemplo para consulta pública. A capital fluminense vai receber R$ 48,3 milhões da Lei Paulo Gustavo.

– Esse olhar para a cidade. Entender primeiro o que está acontecendo na cena carioca para depois lançar o edital – acrescentou Mariana Ribas.

No caso de São Paulo, já são cinco consultas públicas agendadas.

– Elas são importantes para entender e afinar um pouquinho mais o desenho destes editais – comentou Aline Torres, que terá R$ 87 milhões da Lei Paulo Gustavo.

Para fechar, Pedro Tourinho anunciou que vai colocar um real a mais a cada real advindos  da Lei Paulo Gustavo, que vai destinar R$ 23 milhões para a capital baiana.

Com recursos da Prefeitura do Rio, via Secretaria Municipal de Cultura (Lei do ISS e RioFilme), o Rio2C segue até este domingo (16/4).

 

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