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Especialistas debatem a produção de hidrogênio verde como oportunidade para São Paulo | Governo do Estado de São Paulo

As potencialidades do hidrogênio verde (H2V) serão o tema da próxima edição do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, que será realizada segunda-feira (29/05), de forma presencial, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Integram a programação pesquisadores que buscam superar as complexidades e os desafios que envolvem a produção e o uso dessa energia.

O hidrogênio é um elemento abundante no planeta e pode ser usado em transporte, geração de energia elétrica, aquecimento residencial e industrial, armazenamento de energia e produção de produtos químicos. Mas precisa passar por uma série de etapas até se converter em energia verde. A produção de hidrogênio verde por meio de fontes renováveis de energia é considerada limpa e sustentável.

Os especialistas estão convencidos de que investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento e na infraestrutura para produção, armazenamento e distribuição em larga escala possibilitarão que o H2V seja uma alternativa viável aos combustíveis fósseis.

A pesquisadora Lucia Helena Mascaro Sales, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), explica que o hidrogênio não está disponível na crosta terrestre na forma molecular, sendo necessários processos químicos para a sua produção. Atualmente, 94% do hidrogênio produzido no mundo vem de combustíveis fósseis, o que leva a emissão de grande quantidade de gases de efeito estufa, entre eles o CO2, que chega a cerca de 870 milhões de toneladas por ano. A produção verde requer investimentos em pesquisa e infraestrutura.

“Vários grupos de pesquisa no Brasil têm trabalhado na diminuição do consumo de energia na produção do hidrogênio verde, desenvolvimento de catalisadores mais baratos para a eletrólise da água, uso de biomassa para geração de H2V, desenvolvimento de membranas mais duráveis e formas alternativas de armazenamento e transporte.” Segundo ela, outra questão importante é a segurança. “O hidrogênio é altamente inflamável e seu manuseio, armazenamento e transporte são desafios técnicos a serem enfrentados.”

O Brasil pode desempenhar um papel de destaque na corrida para a produção do H2V, uma vez que o país tem uma grande disponibilidade de fontes renováveis de energia, como solar e eólica, além de vastos recursos naturais. Ana Flávia Nogueira, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp) e coordenadora do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), diz que para impulsionar a produção do hidrogênio verde, principalmente no Estado de São Paulo, é necessário investir na implementação de mais usinas solares e eólicas.

“Embora o Estado de São Paulo seja o segundo colocado em geração solar fotovoltaica distribuída, aquela que encontramos em casas e prédios, estamos muito aquém em produção centralizada”, diz. A produção centralizada é importante para a instalação de grandes centrais de produção de H2V, uma vez que o hidrogênio produzido por eletrólise só é considerado verde se o sistema de produção é conectado a uma fonte renovável.

O hidrogênio também pode ser obtido a partir de etanol. O interesse da indústria pela pesquisa sobre produção e uso do hidrogênio verde é considerado fundamental para que ele deixe de ser apenas uma alternativa promissora. Daniel Gabriel Lopes, pesquisador e diretor da Hytron Energia e Gases Especiais, participará do evento. Ele trará para o debate as soluções tecnológicas em curso para tornar o H2V viável.

O evento terá início às 15 horas no auditório Teotônio Vilela da Alesp e será transmitido pelo YouTube. Interessados podem se inscrever em: www.al.sp.gov.br/ilp/cursos-eventos/detalheAtividade.jsp?id=9205.