ESPORTES

Técnico do Bahia, Rogério Ceni analisa jogo contra o Vasco: ‘Fomos dominantes os 90 minutos ou 90% do jogo’

Técnico do Bahia, Rogério Ceni analisa jogo contra o Vasco: ‘Fomos dominantes os 90 minutos ou 90% do jogo’

Bahia 1 x 0 Vasco | Melhores momentos | 35ª rodada | Brasileirão 2025

O Bahia venceu o Vasco por 1 a 0, na tarde deste domingo, e se manteve firme na briga por uma vaga na fase de grupos da Libertadores. Em jogo com duas expulsões na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, o Tricolor contou com gol de Erick Pulga para vencer o confronto válido pela 35ª rodada da Série A (assista acima aos melhores momentos).

O Bahia ficou com um jogador a mais aos 22 minutos do segundo tempo, após entrada dura de David em Kanu. Cinco minutos depois, o Esquadrão abriu o placar com Erick Pulga em cruzamento na medida de Ademir. Os minutos finais ainda foram de tensão após expulsão de Ramos Mingo, que recebeu o segundo cartão amarelo ao deixar o campo.

– Hoje jogamos bem, controlamos o jogo. Não tivemos grandes oportunidades, mas sempre estivemos controlando. Erramos pouco. Hoje marcamos bem o Vasco como um todo – avaliou Rogério Ceni após a partida.

“Fomos dominantes os 90 minutos ou 90% do jogo”, analisou Rogério Ceni.

A escalação titular teve como principal novidade o retorno do meia Everton Ribeiro, que iniciou o primeiro jogo após se recuperar de um câncer.

– Ele, em condição física, com a qualidade técnica que tem, é um jogador essencial para a gente. A gente conversou. Eu, hoje, fui conversar com ele para tentar definir a escalação. Ele disse que se sentia bem para os primeiros 45 minutos. Ele jogou uns 70 minutos, mas disse que se sentiu melhor que no último jogo. Mostra que está se recuperando. Foi fundamental no empate com o Inter, contra o Bragantino. E hoje fez um bom jogo, mesmo não estando no seu auge na parte física.

Com a vitória, o Bahia foi a 56 pontos e se manteve na sexta posição, a dois do Botafogo, time que abre o G-5. O resultado também valeu a maior pontuação do clube baiano na era dos pontos corridos. Rogério Ceni fez um balanço do ano da equipe.

– O estilo de jogo é diferente do estilo do ano passado. Jogamos com dois pontas, muda bastante a maneira que ataca. Se fica em sexto, sétimo ou oitavo e alcança o mesmo patamar, é natural que não caminhou para frente. É uma análise. Eu acho que o Bahia joga melhor que antes. Supera a campanha do ano passado, mas não dá tempo para comemorar – avaliou.

Rogério Ceni agora ganha uns de preparação para o Bahia, que só volta a campo nesta sexta-feira, quando enfrenta o Juventude, no Alfredo Jaconi, às 19h (horário de Brasília). O jogo é válido pela antepenúltima rodada do Campeonato Brasileiro.

Veja outros trechos da entrevista coletiva:

Mudanças no jogo

– Arias por Gilberto foi porque Gilberto vinha de lesão. Havia preocupação pela parte de performance. Arias vinha de cinco dias de intervalo, estava melhor fisicamente. Nico e Everton entraram no jogo passado. Eu conversei com Everton, que disse que se sentia melhor. Para sustentar o Everton, preferi colocar o Nico. E o Kanu entrou pela lesão de David.

Jogo contra o Juventude

– Não acho que seja praticamente rebaixado. Mas temos nove pontos para disputar. Pelo jeito, fez jogo parelho contra o São Paulo. Vem fazendo bons jogos. Quando joga em casa, normalmente, apresenta bom futebol. O Sport, rebaixado, estava ganhando de 2 a 0 do Botafogo. Não muda a maneira dos adversários jogarem. Todos os jogos fora de casa são oportunidade. Se a gente quiser brigar pelo quinto lugar é necessário conquistar triunfo longe de casa. E o jogo do Juventude é o próximo.

Expulsão de Mingo

– Não ia sair o Pulga, mas ele vai para a maca, e a gente muda a substituição. A entrada do Gabriel Xavier se deveu pela entrada do Vegetti. Eu estava na dúvida se iria sair o Kanu ou Santi. Eu acho que poderia ter um bom senso do árbitro de acrescentar mais minuto se o jogador demorou. Ele [Ramos Mingo] também poderia sair de forma mais rápida. Não vamos tirar a demora do Mingo na situação. Mudou o panorama da partida.

Ademir em alta

– Ele vem com muita confiança, tem sido jogador decisivo. Ele se sente dono da posição. Pulga ficou lesionado muito tempo. E, hoje, ele tem protagonismo na equipe. Ele tem feito um grande ano. Ele está feliz e tem sido muito importante para a gente. Tem como característica a velocidade, mas também tem encontrado jogadas mais curtas. Ele teve oportunidades, finalizou e tem se tornado peça extremamente útil.

Entrada de Caio Alexandre

– Quando eu chamo o Caio, não tinha cartão vermelho. Nós tínhamos a vantagem numérica. Era para ele fazer o que faz de melhor. As coisas acontecem muito rápido, e eu só tinha uma parada. O Nico, fisicamente, se destaca nesse momento em relação ao Caio.

Jean Lucas em baixa

– Ele é um jogador que pode ter caído de produção com a bola. Sem a bola ele tenta colaborar. Daqui para sexta nós temos tempo para recuperar. Acredito que ele tenha força para iniciar o jogo. Se achar que não tem condição, teremos outros jogadores. O meio-campo é o setor onde a gente tem mais jogador. Se ele se sentir bem, vamos colocar. É um dos poucos que aguentam 90 minutos. Acho que caiu um pouco de produção, natural pelo desgaste do ano. Mas é um jogador que sempre colabora.

Análise do que fazer em 2026

– Nós temos que melhorar o jogo fora de casa. Não o resultado, mas a maneira de enfrentar. Muitos times têm campanhas ruins também. Mas não temos que nos preocupar com os outros. Repetir o desempenho em casa é um grande desafio. Como peças, temos muitas peças técnicas de construção. Mas, defensivamente, temos que nos reforçar. É dar uma atenção maior nessa parte de força, que é o que determina melhor essa parte fora de casa. Não tem a Copa do Nordeste no próximo ano. Por isso é importante ir para a Libertadores de forma direta. Esse ano, a Pré-Libertadores entra no Brasileiro. Nós temos grau de dificuldade grande. Continuo com a minha tese que o Campeonato Brasileiro é o mais importante que temos. Mas não significa que vamos abrir mão de algum campeonato. É o que direciona tudo no ano. Temos que continuar valorizando.

Como melhorar nos jogos fora de casa

– O positivismo tem que existir. Se olhar a tabela, o Fluminense está um ponto atrás, e o Botafogo tem dois pontos à frente. Nós temos que pensar em ultrapassar. Não depende só da gente, mas depende muito da gente. Nós temos que ter mais coragem, competir mais. A maneira como nossos jogadores são, fora de casa, você não vê…Até fizemos bom segundo tempo contra o Inter. É entrar em um campeonato na Pré-Libertadores em uma fase de grupos. Temos jogo difícil também contra o Fluminense. Nós temos esse jogo fora de casa, que vai ser um grande desafio.

Bola parada

– Nós não temos jogadores com a sua principal virtude o cabeceio. Kanu e Santi não são excepcionais cabeceadores. O Willian não tem como principal virtude o jogo aéreo. Isso dificulta bastante. Quando você tem equipe mais alta, você tem mais chances. Nós temos que melhorar os batedores também. Hoje, por exemplo, não tínhamos um grande cabeceador. O Kanu joga bem pelo chão, o Santi também. Colocamos o Gabriel Xavier no momento que o Vegetti entrou no jogo. É uma fraqueza, algo que precisamos, nas contratações, também aumentar a estatura do time.

Jogo sem sofrer gols

– Nós erramos muito nos últimos jogos. Hoje jogamos bem, controlamos o jogo. Não tivemos grandes oportunidades, mas sempre estivemos controlando. Erramos pouco. Hoje marcamos bem o Vasco como um todo. E quando toma gol, não é culpa apenas dos zagueiros, linha de quatro. Nunca condeno o jogador. O Juba, por exemplo, fez grande jogo defensivo hoje. Acontece de você fazer um jogo ruim e um jogo bom. Defensivamente, hoje, ele fez um jogo melhor.

Fonte: ge