Cláudio Souza
Secretaria de Apoio Social ao Cidadão
Angolano, Juvênio Nóbrega, de 84 anos, veio para o Brasil em 1975, quando eclodiu a Guerra Civil em seu país após tornar-se independente de Portugal.
Em São José dos Campos, ele já mora há 48 anos, período em que viveu muitas emoções, como a que sentiu nesta segunda-feira (6), no Dia de Reis.
A Prefeitura promoveu, na Casa do Idoso Centro, uma apresentação de Folia de Reis, uma das festas culturais mais ricas do folclore brasileiro e que celebra a visita dos três reis magos ao menino Jesus, com violeiros, cantos e fantasias festivas.
A tradição teria sido trazida de Portugal ainda no período colonial e marca o encerramento do Ciclo Natalino.
“Lembrei da minha infância e de quando era jovem em Angola, onde a Folia de Reis é uma grande tradição. Foi muito bonito e emocionante poder acompanhar mais uma Folia de Reis na Casa do Idoso”, afirmou Nóbrega.
Lúcido e muito comunicativo, ele deu uma aula de história.
“Lá em Angola, durante a Folia de Reis colocam um anel dentro do bolo, que é servido ao público. A tradição é de que quem pegar o pedaço de bolo com o anel está com sorte e vai se casar ainda naquele ano”, disse o aposentado, ressaltando que nunca encontrou o anel.
Interação. Os idosos se emocionaram, cantaram e dançaram /Foto: Cláudio Vieira/PMSJC
Memória afetiva
A Folia de Reis desta segunda-feira na Casa do Idoso Centro também evocou boas memórias afetivas da aposentada Zélia Lemes Lata, de 74 anos.
“Fiquei muito emocionada e chorei bastante durante a apresentação. Remeteu à minha infância, quando eu e minha irmã éramos pequenas e participávamos carregando as bandeiras durante a Folia de Reis na rua Siqueira Campos”, afirmou Zélia.
“Que bom que a Prefeitura de São José dos Campos está sempre valorizando a cultura e as Casas do Idoso”, completou a aposentada.
Tradição. A Folia de Reis integra a programação de férias /Foto: Cláudio Vieira/PMSJC
Tradição preservada
A apresentação cultural foi realizada por 25 integrantes do Grupo de Folia de Reis Estrela de Belém, um dos mais tradicionais de São José e que foi fundado em 1970 no Jardim Telespark, na região central.
O grupo, que leva a tradição para igrejas católicas, asilos e outros locais da cidade, já se apresentou nas quatro Casas do Idoso (Centro, Sul, Leste e Norte).
“É sempre muito bonito e emocionante quando nos apresentamos nas Casas do Idoso. Os frequentadores interagem muito, cantam junto conosco e se divertem bastante. São momentos de muita alegria para todos”, afirmou o mestre Roberto de Souza, 55 anos, que lidera o grupo.
MAIS NOTÍCIAS
Secretaria de Apoio Social ao Cidadão