26 de novembro de 2024
17:32
Por: Verônica Ferreira
Fotos: Verônica Ferreira e Sedu
Na semana da Consciência Negra, os Centros de Educação Infantil (CEIs) de Sorocaba realizaram diversas atividades alusivas ao tema, previstas no calendário escolar, trazendo reflexões e envolvendo a participação da comunidade.
As ações foram realizadas no sentido de explorar as questões Étnico-Raciais com as crianças, assim como propiciar a reflexão para as contribuições da cultura africana em nosso cotidiano, como forma de conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial de comunidades diversas, em especial a brasileira.
Foram abordadas, também, as temáticas de matrizes africanas de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertórios relativos às linguagens artísticas, assim como o experimento de brincadeiras, jogos, danças e canções de diversas matrizes estéticas e culturais.
Maria José de Almeida Lima (Mazé Lima), é fundadora e atual presidente do Momunes (Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba) e compareceu em alguns CEIs ao longo dos dias de evento.
“Temos parceria com a prefeitura através das escolas compartilhadas, com alunos de 0 a 4 anos. Os professores realmente incorporam a questão da Consciência Negra. Algumas escolas falam que vão trabalhar com diversidade e fico feliz que nós já estamos trabalhando há muitos anos. Por isso, há a aceitação de pais e professores, eles atuam tendo como base o objetivo da entidade, por isso que especificamente nessa data há um trabalho diferenciado”, explica.
Eliane Alves de Castro Nunes, é diretora do Centro de Educação Infantil (CEI-134) “Jandira Barrada da Silva” e conta um pouco sobre as apresentações na escola aberta: Descobrindo minhas raízes. “Essa festa é uma somatória, uma junção de tudo que desenvolvemos ao decorrer dos anos. Às vezes procuramos imagens e conseguimos achar registros desde o momento de adaptação das crianças. É um trabalho que tem acrescentado muito conhecimento, tanto para as crianças, como para a equipe, principalmente ao tratar da Consciência Negra”, pontua a diretora.
Larissa Peorcidonio é auxiliar administrativa no CEI-134 e também é mãe da ex-aluna Lívia Ribeiro de seis anos, que frequentava a unidade há quatro anos. “Já havia a parceria com o Momunes e faz dois anos que minha filha já saiu dessa escola, mas continua participativa”, ela sorriu.
Já o CEI-121 “Antonieta da Silva Gomes”, trabalhou com o tema “Haiti: Uma homenagem ao país mais preto das Américas”, apresentando para as crianças os costumes culturais e brincadeiras do país. O CEI-119 compartilhou com a comunidade os valores étnicos raciais, fazendo uma ligação com as raízes afro a partir da filosofia Ubuntu.
O CEI-122 “Nelson Fonseca” desenvolveu o projeto “Eu sou o protagonista da minha história”, valorizando a identidade infantil e comunitária, além de promover respeito às diversidades culturais. As “Afro Vivências” foram atividades diárias que enriqueceram a rotina, pois as exposições semestrais apresentaram a culminância dos projetos que empoderaram as crianças e os fizeram conscientes de seu lugar no mundo. Com o apoio familiar, elas resgataram brincadeiras culturais representativas de suas raízes, esse envolvimento dos responsáveis foi fundamental para o sucesso dessa jornada.
A comunidade atendida pelo CEI-123 pôde prestigiar a Festa “Savana Cultural”, tema escolhido pois traduz a cultura africana em seus princípios humanos e colabora com a sociedade a medida que humaniza a educação. O evento culminou um ano de imersão na rica cultura africana, promovendo a diversidade e o respeito entre todos. O diretor Elifaz Candido destacou a importância da participação das famílias.
“É uma oportunidade de vivenciar, junto com as crianças, as atividades desenvolvidas ao longo do ano. Através de jogos, danças, músicas e oficinas, todos puderam conhecer mais sobre as tradições, a história e a arte do continente africano”, explica o diretor. “Essa iniciativa demonstra o compromisso da unidade em oferecer uma educação intercultural e que contribui para a formação de cidadãos mais conscientes”, conclui.