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Alô, Alô, W/Brasil

Washington Olivetto disse a Jorge Ben que, sob Fernando Collor, o Brasil estava tão louco que, se o país tivesse um síndico, seria Tim Maia.

Jorge Ben respondeu a Washington Olivetto com uma incrível revelação: Tim Maia já quis se candidatar a síndico do prédio onde mora.

A conversa se transformou em música: W/Brasil. Em 1993/1994, a música fez tanto sucesso que Jorge Ben desbancou Whitney Houston no Hollywood Rock.

W/Brasil, que era o nome da agência de Washington Olivetto, é a um só tempo uma homenagem ao publicitário e um retrato do país governado por Fernando Collor.

Diz a letra: “Fernando, o Belo, não sabe se vai participar/Do próximo campeonato de surf ferroviário”. Diz mais: “Dizem que Cabral I descobriu a filial/Dizem que Cabral II tentou e se deu mal”. E diz ainda: “Lá da rampa, mandaram avisar/Que todo dinheiro será devolvido/Quando setembro chegar/Num envelope azul indigo”. Dispensa tradução.

Não foi a única homenagem de Jorge Ben a Washington Olivetto. Em Engenho de Dentro, que se seguiu ao sucesso de W/Brasil, ele diz: “A cabeça do Olivetto/É igual a uma cabeça de negro/Muito QI e TNT do lado esquerdo”. 

Washington Olivetto morreu aos 73 anos neste domingo, 13 de outubro de 2024. Nas ruas, as pessoas comuns não sabem quem foi Washington Olivetto, mas têm muito bem guardadas em sua memória afetiva algumas das propagandas que Olivetto criou.

O Brasil perdeu um grande brasileiro. Foi o que pensei quando soube da morte de Washington Olivetto. Penso assim sempre que morre gente do seu tamanho.

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