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Agência Minas Gerais | Governo de Minas assina convênio para criação de sistema inovador de gestão agropecuária

O Governo de Minas assinou, nesta segunda-feira (26/8), na sede da Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas, convênio para desenvolvimento de novo sistema tecnológico para o gerenciamento da defesa sanitária agropecuária do estado. A cerimônia de assinatura simbólica contou com a participação do vice-governador Professor Mateus, entre outras autoridades.

O acordo assinado entre o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) – autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) – e a Ufla tem como foco a inovação.

O objetivo é entregar um software de gestão agropecuária que possa ser utilizado por produtores rurais, profissionais autônomos e credenciados, transportadores de animais, estabelecimentos, agroindústrias e demais envolvidos em todas as cadeias produtivas do setor, além dos próprios servidores do instituto.

Para o vice-governador de Minas Gerais, o sistema desenvolvido vai garantir que os produtos do agronegócio mineiro circulem no estado  com os controles sanitários necessários. 

 








 
 
   
   

Ele explica que acompanhar a logística de transporte da carga será uma das funcionalidades do novo sistema. “Poderemos saber se tem carga sendo transportada sem acompanhamento sanitário ou carga indo em direção a localidades que não foram declaradas para a autoridade sanitária, o que vai permitir uma fiscalização mais efetiva”, ilustra o vice-governador.

Com o desenvolvimento da ferramenta, será possível direcionar e fortalecer a atuação da defesa agropecuária em todo o estado. O sistema também vai estimular a utilização de novas tecnologias para aperfeiçoar o trabalho no segmento estratégico para a economia mineira, e ampliar a geração de empregos e renda para a população.

Na prática

Ainda sem nome, o sistema – indicado pelo IMA como inovação inédita no país – vai utilizar Inteligência Artificial (IA) e cruzamento de dados para apontar áreas críticas em Minas Gerais. 

A ferramenta será composta por módulos como cadastros georreferenciados, bases de dados ambientais e monitoramento rural. 

Além disso, haverá módulos complementares como o de agrotóxicos e rastreabilidade animal. O software ainda terá um módulo administrativo-financeiro, garantido mais transparência e controle na utilização de recursos públicos.

O acesso dependerá de cada perfil e poderá ser realizado tanto por plataforma web quanto por aplicativos mobile.

“Nós temos visto que a tecnologia está evoluindo muito. Com o novo sistema, a gente espera mais agilidade e economia nas ações do IMA. Então, queremos levar o sistema para todas as propriedades agrícolas de Minas para que possamos fazer a defesa no menor tempo possível” explica o diretor-geral do IMA, Antônio Carlos de Morais.

Na prática, ele ressalta a possibilidade de os servidores do IMA saberem exatamente onde está um possível problema sanitário, podendo atuar pontualmente na área. 

Segurança

Além de trazer mais segurança alimentar para a população, Minas poderá ser reconhecido como estado pioneiro por mercados externos, o que agrega mais valor ao produto mineiro, uma vez que muitos países têm rigorosas exigências para a importação de produtos agropecuários.

O secretário de Estado de Agricultura,  Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, destacou o investimento que está sendo realizado e a importância dele para o fortalecimento da pecuária mineira.

“Este convênio aqui assinado com a Ufla é de suma importância para fortalecer toda a cadeia produtiva do agronegócio em Minas Gerais” enalteceu.

Outro destaque com o sistema pronto será o monitoramento de estradas mineiras para coibir a clandestinidade e evitar a disseminação de doenças animais e vegetais. 

Para isso, por meio de parceria com a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF/MG), serão utilizados dados obtidos pelas câmeras de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) instaladas em diferentes trechos de rodovias do estado.

Investimentos

De acordo com o IMA, o convênio prevê R$ 21 milhões em repasses ao longo dos meses de desenvolvimento do projeto.

Parte do investimento, R$ 6 milhões, vem de recursos do Acordo Judicial de Brumadinho, assinado pelo Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) com a Vale, em decorrência do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, tragédia que tirou a vida de 272 pessoas e provocou uma série de danos sociais, econômicos e ambientais em Minas Gerais.

Há também recursos financeiros do Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (FEPDC), do MPMG, com aporte de R$ 7 milhões para o novo sistema. 

Os valores arrecadados pelo FEPDC são destinados à execução de projetos, à aquisição de bens e à realização de atividades que promovem, aprimoram e incentivam a defesa e os direitos dos consumidores, além de investir em educação para o consumo e na modernização e capacitação dos órgãos públicos.