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Agência Minas Gerais | Governo de Minas promove Semana da Consciência Negra no Circuito Liberdade

Seg 20 novembro 2023 15:45 atualizado em Seg 20 novembro 2023 15:44

Governo de Minas promove Semana da Consciência Negra no Circuito Liberdade

Concerto, exposições, mostra de filmes, debates e oficinas integram agenda dos espaços culturais do complexo cultural

O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira (20/11), inspira programação que se estenderá ao longo dos próximos dias nos equipamentos do Circuito Liberdade.

A iniciativa é do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult).

O objetivo da Semana das Afromineiridades é ressaltar a relevância da cultura afro-brasileira, a partir de série de encontros dedicados, em especial, às expressões afro-mineiras, além de dar visibilidade às reflexões contemporâneas a respeito do tema.

Um dos destaques é o concerto no Palácio das Artes com repertório de compositores negros e afrodescendentes.

A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais terá regência inédita da maestra e pianista Sarah Higino.

Cinema, literatura, artes plásticas e artes visuais, debates e oficinas também estão na agenda.

Mostra de filmes na plataforma EMCPlay e debate na Casa de Cultura de Mariana completam as iniciativas em torno do Dia da Consciência Negra.

Regência

Já na segunda-feira (20/11), a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpreta, a partir das 20h30, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, programa especial na série “Concertos da Liberdade – Sinfônica em Concerto”, da Fundação Clóvis Salgado, sob regência inédita da maestra e pianista negra Sarah Higino.

Os ingressos – R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada) – podem ser adquiridos na bilheteria do Palácio das Artes ou na plataforma Eventim.

O repertório reúne obras de célebres compositores negros e afrodescendentes, como o britânico Samuel Coleridge-Taylor (1875-1912) e os cariocas Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Anderson Alves, além de também criações musicais que dialogam com as raízes históricas e artísticas afro-brasileiras, caso das obras de Lorenzo Fernández (1897-1948) e Gilson Santos.

Patrimônio

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) também começou sua programação especial na segunda (20/11), às 12h30, com o quadro “Iepha Memória Viva de Minas”, que irá ao ar na Rádio Inconfidência.

No programa “Revista da Tarde”, apresentado por Débora Rajão, o historiador e técnico da Gerência de Documentação e Informação do instituto, Adalberto Mateus, falará sobre as ações desenvolvidas pelo Iepha no âmbito do programa Afromineiridades, voltado à proteção da cultura afro em Minas Gerais.

Na quinta-feira (23/11), às 10h, será realizada a 12ª edição do projeto Jornadas Técnicas do Patrimônio Cultural.

Com o tema “Ritos, linguagens e cultura hip hop como referências culturais”, o encontro será transmitido no canal do Iepha no YouTube e contará com a participação da antropóloga Steffane Santos e do rapper Black Dom. As inscrições podem ser feitas via Sympla.

Vale lembrar que o Iepha, recentemente, incluiu a cultura hip-hop no cadastro de identificação das expressões das culturas populares e tradicionais a fim de realizar um mapeamento do gênero no estado.

Esta é uma etapa importante para promover o reconhecimento do hip-hop como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais.

O cadastro pode ser feito no site iepha.mg.gov.br.

Debate

A Casa de Cultura de Mariana – Academia Marianense de Letras, Ciências e Artes promove, também na quinta-feira (23/11), às 19h, o bate-papo “Em torno da Consciência Negra: ideias e experiências”, com a participação de Alisson Tiago, Jacob Mapossa e Raimunda dos Anjos.

O evento ocorre dentro da agenda do projeto Vozes e Letras, parceria do Museu Casa Alphonsus de Guimaraens com a Casa de Cultura de Mariana e o Programa de Pós-Graduação em Letras do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Ouro Preto.

“Mostra Negritude Nas Telas”

A EMCplay, plataforma de streaming da Empresa Mineira de Comunicação, promove a “Mostra Negritude nas Telas”, que estreia também nesta segunda-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, e fica em cartaz durante um mês.

A EMCplay pode ser acessada pelo site emcplay.com ou pelo aplicativo disponibilizado no Google Play e na Apple Store.

Do congado à culinária, foram selecionados filmes e programas que retratam o protagonismo negro e da cultura afro no audiovisual mineiro, como o longa “A Rainha Nzinga Chegou”, de Júnia Torres e Isabel Casimira, que conta a história de três gerações de rainhas angolanas sobreviventes em Minas Gerais.

A jornada dos quilombolas no Vale do Mucuri em busca de um novo território é apresentada em “Nove Águas”, do cineasta mineiro Gabriel Martins, que assinou “Marte Um”, indicado para representar o Brasil no Oscar 2023.

O catálogo também oferece especiais produzidos pela Rede Minas, entre eles, a série “Quilombos do Jequitinhonha”, que faz uma imersão nas comunidades dessa região, onde está a terceira maior concentração de quilombos do Brasil.

Mostra internacional

De 22 a 26/11, a 6ª edição da Candeia – Mostra Internacional de Narração Artística também entra na esteira das celebrações do Dia da Consciência Negra.

A Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, o Museu Inimá de Paula e o Centro Cultural Unimed-BH Minas sediam programação relacionada ao tema.

O público vai conferir apresentação do projeto Vizinhas das Cantigas, grupo composto por 14 senhoras matriarcas do Aglomerado da Serra, lançamentos de livros, rodas de conversa, narração artística para as infâncias e cortejo do Makamba Brincante, iniciativa que retoma brincadeiras de rua de origem africana.

Agenda diversa

Os equipamentos culturais do Circuito Liberdade, gerido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, também propõem diversas ações.

No sábado (25/11), às 14h, o Espaço do Conhecimento UFMG terá edição do projeto Educação na Praça: “Não quero mais estudar na sua escola que não conta a minha história”, que debaterá como educadores tratam questões étnico-raciais em sala de aula e qual é o papel da escola na reprodução do discurso antirracista. Além disso, durante todo o mês de novembro, o museu vai exibir em sua fachada, a partir das 18h, murais e grafites de Lidia Viber, artista negra nascida na Zona Leste de Belo Horizonte.

Na Casa Fiat de Cultura, duas exposições dialogam com o Dia da Consciência Negra.

“Como pisar suavemente na terra”, da artista baiana Jessica Lemos, vai do rural ao urbano, das fotografias ao lambe-lambe. Com sete obras, a artista produz narrativa sobre memórias afro-indígenas e apresenta rastros de sua infância familiar, experiências com o cultivo da mandioca, aspectos sagrados desse alimento, além de ressaltar o respeito pela natureza. A mostra fica em cartaz até dia 26/11.

A segunda mostra é “Arte Brasileira: a coleção do MAP na Casa Fiat de Cultura”, que reúne 200 obras do Museu de Arte da Pampulha nunca antes expostas em conjunto.

No mês da Consciência Negra, aos sábados, domingos e feriados, às 11h e às 17h, o centro cultural oferece um percurso temático pelas obras que destacam a cultura afro-brasileira nas artes. São oferecidas 15 vagas por turno.

Pesquisas

Em comemoração ao 20/11, o Programa Educativo do Memorial Vale reúne algumas pesquisas desenvolvidas ao longo do ano relacionadas ao tema e propõe visitas mediadas, contação de histórias e intervenções nas exposições de longa duração.

Até 30/11, o ipê rosa, tradicionalmente carregado com trechos das obras de Guimarães Rosa, dá espaço às vozes das escritoras negras brasileiras, agora representadas pelo ipê amarelo.

Festival

No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), haverá visita teatralizada Rainha Conga (20/11, às 18h, e 26/11, às 11h), que resgata histórias do congado mineiro; Territórios – Ano III (20/11, às 14h), em conversa mediada por Mara Catarina Evaristo, professora antirracista da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte; Chá Entre Nós (25/11, às 10h30), com a professora, curadora e gestora cultural Josemeire Alves Pereira; e Em Cantos e Cantos (25 e 26/11, às 14h e 16h), que celebra a tradição popular afro-brasileira.

O CCBB também sedia o Festival Literário Internacional de BH 2023, que homenageia a autora, ativista e antropóloga belo-horizontina Lélia Gonzalez (1935-1994), cuja obra aborda desigualdades raciais, de gênero e linguísticas.

Até segunda-feira (20/11), a programação também abre espaço para a temática racial.

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