Qua 21 junho 2023 10:10 atualizado em Qua 21 junho 2023 10:09
Asma é o terceiro motivo de internação de crianças no SUS
Doença é considerada grave e precisa ser controlada com medicamento específico
Fhemig / Divulgação
Celebrado nesta quarta-feira (21/6), o Dia Nacional de Controle da Asma tem como objetivo conscientizar a população sobre os sintomas e prevenção da doença. Considerada um problema grave de saúde, a asma causa cerca de 350 mil internações por ano, sendo o terceiro motivo de hospitalização de crianças pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Somente no Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), foram atendidas, de janeiro a junho do ano passado e também deste ano, mais de 130 crianças com esse diagnóstico – resultando em 19 internações em 2022 e nove em 2023. Segundo o pneumologista pediátrico do Hospital Infantil João Paulo II, Alberto Vergara, a asma é uma doença inflamatória das vias aéreas inferiores (brônquios) que causa falta de ar, chiado no peito e tosse, podendo apresentar piora à noite, durante a prática de atividades físicas, além de agravamento em casos de gripes e resfriados. “Fatores alérgicos (poeira doméstica, fungos, pólens ou pelos de animais, irritativos (fumaça de cigarro, poluição ambiental ou exposição ao ar frio) e infecções virais podem ser responsáveis por desencadear crises asmáticas”, afirma. A situação costuma ser ainda pior nesta época do ano em que o tempo seco e a baixa umidade (menor que 30%) inflama os brônquios, tornando ainda mais sensíveis os gatilhos que desencadeiam as crises. Apesar de não ter uma causa totalmente conhecida, sabe-se que, além dos fatores ambientais, questões genéticas estão envolvidas, podendo afetar pessoas de todas as idades. No entanto, a maioria é diagnosticada ainda na infância. “Cerca de 20% das crianças vão apresentar ‘chieira’ nos primeiros dois anos de idade, sendo que dois terços deles pararão com os episódios até os 5 anos e o restante continuará e será diagnosticado com asma. Com o tempo, a doença tende a diminuir sua intensidade, com a maior parte dos casos resolvidos até a adolescência. Apenas uma pequena parte vai continuar asmática durante a vida adulta”, explica Vergara. Os pacientes com asma leve, com crises brandas e eventuais, podem ser tratados apenas com medicação de alívio. Já aqueles com asma moderada à grave, com crises importantes, que necessitam consultas no pronto atendimento ou internação, ou com sintomas persistentes (tosse e “chieira” diárias), deverão ser tratados com medicações de manutenção receitadas por um pneumologista, com o objetivo prevenir as crises e controlar os sintomas persistentes. Prevenção Algumas medidas e hábitos adotados no dia a dia podem contribuir para evitar que novas crises aconteçam. Veja o que fazer: – Mantenha o ambiente limpo;
– Evite o acúmulo de sujeira ou poeira (atenção aos bichinhos de pelúcia, almofadas, tapetes e protetor de berço, pois costumam fixar ácaros, que provocam alergias);
– Em época de tempo seco, tenha um balde com água no quarto para ajudar a manter a umidade atmosférica equilibrada;
– Evite cheiros fortes;
– Vacine-se contra a gripe (o SUS disponibiliza a vacina, nos postos de saúde, gratuitamente, a partir dos seis meses de idade);
– Não fume;
– Pratique atividades físicas regularmente (exercícios físicos, inclusive a natação, são indicados para os pacientes com a doença controlada);
– Tenha uma alimentação saudável;
– Beba bastante água.